domingo, 4 de julho de 2010

AÇÃO SUPERVISORA PODE SER MUDADA?


Rubem Alves em uma de suas crônicas relata que a curiosidade é a coceira que dá no cérebro, e afirma que todos os homens, enquanto crianças têm, por natureza, desejo de conhecer. Para as crianças o mundo é um vasto parque de diversões. As coisas são fascinantes, cada coisa é um convite.
As crianças têm muitas curiosidades e cabe ao professor levar a sério as perguntas que elas fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. As perguntas que são feitas revelam o que querem aprender. Os alunos revelam uma sede imensa de conhecimento, mas, os professores, estes perderam a curiosidade em buscar, em conhecer, isso devido aos programas que devem seguir.

As instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E se forem mudadas os professores aprenderão o prazer em ter curiosidade e fazer perguntas, alunos e professores precisam ter estímulos para aprender e ensinar, pois toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. Para o cérebro pensar é preciso estímulos.
Os professores estão sempre conversando e discutindo sobre programas e pesquisas, deixando de citar o motivo pelo qual estão trabalhando na escola: os alunos. Esses aprendem o que não gostam por amar, por gostar. Quando se admira um mestre, o coração dá ordens à inteligência para aprender as coisas que o mestre sabe. Saber o que ele sabe passa a ser uma forma de estar com ele. Aprendemos porque amamos, aprendemos porque admiramos. Todo conhecimento científico começa com um desafio. A tarefa do professor é entortar a sua disciplina e transformá-la num brinquedo que desafie a sua inteligência e a do aluno.
Uma supervisão transformadora, criadora, criativa,
dialógica se faz a partir de perguntas cujas respostas serão as ações desafiadoras: conhecer o conhecimento de todos os outros profissionais, reconhecerem que não é o único que detém o conhecimento, ter humildade, não ter receio e ousar, utilizar a tecnologia e não ter medo de aprender com o outro, estar focado no trabalho de equipe, manter boas relações, aprender a desconstruir convivência intra-muro e extra-muro da escola, atuar com fraternidade, solidariedade e caridade.
Mas, para isso, é preciso que o professor saiba brincar e tenha uma cara de criança ao ensinar. As crianças são curiosas naturalmente, têm o desejo de aprender e esse interesse natural desaparece quando, nas escolas, a sua curiosidade é sufocada pelos professores que não sabem buscar água em outras fontes, só conhecem os ribeirões impostos pela burocracia governamental
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