domingo, 4 de julho de 2010

NADA MUDA SE VOCÊ NÃO MUDAR - PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO

A Pedagogia entre outras disciplinas educativas é a porta de entrada para que as transformações na sociedade tão esperadas aconteçam. Se defendemos uma tese, um conceito ou acreditamos que determinados processos produtivos podem ocasionar tais mudanças,é necessário, primeiramente, que demonstremos através de nossas ações que,o pensamento, a idéia que defendemos nos faz sermos pessoas melhores.
O Princípio da Educação - Nada muda se Eu não mudar - leva o indivíduo a perceber as suas ações e não a cobrar as ações do outro.
O Fazer Certo para dar Certo deve ser de responsabilidade de cada um. A educação ela começa com gestos simples, pequenas atitudes que se forem feitas cotidianamente tornam-se tão naturais como o respirar, que é uma ação que fazemos sem emitir o menor esforço e, muitos de nós, nem se dá conta disso, por ser tão natural.
Mudanças de hábitos, postura coletiva,respeito ao outro,atitudes educativas em todos os setores da sociedade, partindo sempre do princípio de que tenho meus direitos mas, acima de tudo eu tenho os meus deveres, fará com que a Educação alcance grupos sociais sem discriminação.
Sou graduanda em Pedagogia e acredito numa Educação multidisciplinar, defendo o pensamento "Nada muda se você não mudar como princípio da Educação".
Tenho muito o que aprender,experenciar,mudar,observar,acolher,partilhar para me tornar durante toda a minha caminhada pela estrada da Educação,uma PEDAGOGA em evolução pronta para ser útil onde se fizer necessário.

A POSIÇÃO DO BRASIL NA CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO.

Recebemos do último século como herança, o desgaste sem escrúpulo dos recursos naturais, os efeitos letais da poluição do ar e das águas, a destruição das matas e da biodiversidade do planeta. Na primeira década de 1960, advêm através dos movimentos ecológicos alertas sobre as graves ameaças que estavam impostas à biosfera. Os movimentos e discussões naquela década já apontavam para a insustentabilidade daquele modelo de desenvolvimento baseado em um consumismo desenfreado e num crescimento econômico acelerado.
O conceito de Desenvolvimento Sustentável surgiu na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo (Suécia), em junho de 1972. Foi a 1ª Conferência Internacional como referência para o primeiro grande debate mundial sobre os temas ambientais. Foi o maior evento de repercussão internacional dedicado exclusivamente à avaliação das relações entre sociedade e natureza até àquela data. A grande surpresa no evento de Estocolmo coube a delegação do Brasil que escandalizou uma considerável parcela de brasileiros, incluindo profissionais e técnicos dos órgãos de controle ambiental e, principalmente, os militantes do iniciante movimento ambientalista das décadas de 1960 e de 1970.
O Brasil apresentou a situação política do nosso país naqueles tempos de regime militar, a delegação do Brasil defendeu a tese do desenvolvimento econômico a qualquer preço, sem qualquer restrição de natureza ambiental. Essa posição oficial ainda é lembrada nos dias de hoje e causa arrepios nos meios ambientalistas e sanitaristas brasileiros. O Estado de S. Paulo com o título: Frase causa polêmica em 1972 em sua edição do dia 19 de maio de 1991 reportava-se a um editorial do The New York Times, de 13 de fevereiro de 1972, que vigorosamente criticava uma frase proferida pelo então ministro do Planejamento do Governo Médici, João Paulo dos Reis Velloso. Vamos à Poluição, publicava aquele editorial citado no O Estado, dando aperceber que quanto maior a poluição, maior o progresso. Essa fala, esse raciocínio do Ministro “envolveu o país numa das mais constrangedoras e desconfortáveis situações diplomáticas da sua história”. Dizia “O Estadão”: “Por causa dessa frase, a delegação brasileira que participou da reunião de 1972 enfrentou olhares acusadores e teve dificuldades para convencer os outros países de que também era a favor do controle da poluição”.
O Brasil (um País com muitas riquezas naturais) em desenvolvimento, numa posição de Terceiro mundo, numa recessão econômica, com uma dívida externa, fome, miséria, com um índice de analfabetismo muito grande, apresenta uma conclusão contraditória: Defendeu-se o ex-ministro Reis Velloso: “Isso foi uma tolice que surgiu naquela época por causa de uma interpretação do jornal norte-americano. O que procurei dizer era que a miséria era o maior agente de destruição ambiental e o Brasil não iria abrir mão de indústrias modernas a pretexto de que elas eram poluidoras.”

Referências Bibliográficas: *ATTÍLIO BRUNACCI*Desenvolvimento sustentável (1) - Geografia - UOL Educação

O BRASIL CAMINHOU...

Entender a organização econômica do Brasil no contexto internacional como um produto das transformações ocorridas no interior das sociedades européias.
O capitalismo surgiu no século VXIII e das idéias de Adam Smith, Robert Malthus e David Ricardo nasceu o liberalismo clássico: os trabalhadores sem qualquer tipo de direitos e seus salários decididos por patrões. Com o término da segunda revolução industrial, surge o capitalismo monopolista, colonizando diretamente os países da África e Ásia e indiretamente os países da America Latina. Em 1929, a economia de vários países, que mantinham
relações estreitas com os EUA é afetada com a quebra da bolsa de Nova York.
O Brasil entrou numa crise econômica culminando na Revolução de 1930, porque os EUA era o seu maior importador de café, mais que a metade da produção era vendida aos norte-americanos. Em 1932, o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt lançou um plano de recuperação econômico (New Deal), com objetivo de ampliar o mercado interno, adotando medidas de proteção social (salário mínimo, seguro desemprego, previdência etc.). Com as eleições de Margareth Thatcher, na Inglaterra (1979) e de Ronald Reagan, nos EUA (1980) o capitalismo assumiu um novo modelo, o neoliberal, deixando os trabalhadores ameaçados de perder todos os direitos conquistados ao longo de quase dois séculos de lutas. A solução pensada foi criar um mercado global em que houvesse livre fluxo de capitais, serviços e mercadorias.
O discurso neoliberal da globalização propõe a integração das economias do mundo. Um mundo sem barreiras, sem protecionismo, onde o mercado criasse suas próprias leis sem a interferência dos governos. A globalização acelerou o processo de industrialização mundial e as fábricas se expandiram em todos os lugares. A busca desenfreada por lucro tem poluído rios, mares e mudado a temperatura de nosso planeta. Os países do G-8(EUA, Canadá, França, Inglaterra, Alemanha, Austrália, Itália e Rússia) e a China com suas grandes indústrias são os maiores emissores de gases poluentes. Em 1991, o Brasil assinou em Kioto, no Japão, um documento cujo objetivo é o controle dos gases poluentes das indústrias. Neste mesmo ano foi criado o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) assinado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai abrangendo a integração, o fortalecimento das economias dos países membros e instrumento para negociação com os outros blocos econômicos.
A globalização produz o aumento das desigualdades sociais, levando a sociedade a perder o senso de Bem Comum, mantendo sempre um país em desenvolvimento dependendo de um país desenvolvido. O capitalismo quer manter a elite dominando uma sociedade individualista que produz desemprego ou subemprego, falta de acesso à boa educação, à saúde, à segurança, à moradia subumana. No Brasil a falta de empregos fez com que os trabalhadores brasileiros, por questão de sobrevivência, entrassem para o mercado informal.

PEDAGOGO EM DIVERSOS SETORES DO TRABALHO.

O pedagogo tem se caracterizado como um profissional responsável pela docência e/ou ocupando cargos como: Direção, Coordenação e Supervisão, entre outras atividades específicas da escola. Encontrar um profissional da educação totalmente desvinculado da escola e desempenhando outras atividades em empresas, por exemplo, ainda é uma raridade, mesmo que essa função seja educativa.
Atualmente o curso de Pedagogia passa por um processo de reestruturação com propostas divergentes de diretrizes curriculares, reconsiderando as mudanças ocorridas no processo produtivo, é de grande importância contemplar a possibilidade de ação desses profissionais em vários outros setores do trabalho. Essas transformações apresentam um novo paradigma de organização da economia e da sociedade: uma economia do saber.
Na sociedade do conhecimento, o recurso controlador não é mais o capital, a terra ou a mão-de-obra, mas, sim, a capacidade e experiências dos indivíduos. Qualificar profissionais para atuarem no âmbito empresarial, visando os processos de planejamento, capacitação, treinamento, atualização e desenvolvimento do corpo funcional da empresa é o foco da Pedagogia Empresarial. Hoje, a empresa se posiciona favoravelmente e abre espaço para que este profissional possa, de maneira consciente e competente, solucionar problemas, elaborar projetos, formular hipóteses, objetivando a melhoria dos processos instituídos na empresa, garantindo a qualidade do atendimento, contribuindo para instalação da cultura institucional da formação continuada dos funcionários. O Pedagogo na empresa constrói uma ambiência produtivo-educativa oferecendo condições para que seus profissionais ao mesmo tempo em que produzem, aprendam continuamente. Exercendo o seu papel de educador, o Pedagogo Empresarial apresenta o domínio de conhecimentos, técnicas e práticas que, somadas à experiência dos profissionais de outras áreas, constituem instrumentos importantes para sua atuação na gestão de pessoas: coordenar equipes multidisciplinares no desenvolvimento de projetos; apresentar metodologias educacionais para aprendizagem organizacional significativa e sustentável; gerar mudanças culturais no ambiente de trabalho; definir políticas voltadas ao desenvolvimento humano permanente; prestar consultoria interna relacionada ao treinamento e desenvolvimento das pessoas nas organizações.
Uma questão importante é a aplicabilidade da pedagogia empresarial no que diz respeito ao entendimento dos comportamentos humanos no contexto dessas organizações. É preciso entender o que ocorre dentro da empresa, entender o seu ecossistema, como ele funciona e por que existe um desequilíbrio dentro dele. Tal diagnóstico requer do Pedagogo Empresarial perspicácia, observação, envolvimento, desprendimento, coragem, preparo técnico, ousadia, vontade, criatividade e desejo efetivo pela descoberta dos pontos de desequilíbrio dentro da corporação. Essa ação possibilitará elaborar e consolidar planos, projetos e direcionamentos que visem colaborar para a melhoria da atuação dos funcionários, e o crescimento da empresa. A ação do pedagogo empresarial está centrada na dimensão humana e precisa acontecer de maneira que haja uma relação cooperativa junto aos outros profissionais de gestão. Grandes empresas no Brasil já contam com Pedagogos Empresariais para facilitar o desenvolvimento de pessoas mais produtivas e satisfeitas com o ambiente de trabalho, fatores que garantem à Empresa o enriquecimento do patrimônio intelectual, redução de custos com rotatividade, absenteísmo, eficiência nos produtos e serviços, maior competitividade organizacional e melhoria da imagem da Empresa.
Em 1888, a Lei Áurea declarou extinta a escravidão legalizada no Brasil. Mas o trabalho escravo prosseguiu de forma ilegal e novas formas surgiram em diversas regiões. A imagem que temos é de uma lembrança do passado, presa aos livros de História. Infelizmente isso não é verdade. A escravidão permanece até os dias de hoje, não apenas nos países pobres como nos desenvolvidos. Produto da desigualdade e da impunidade tornou-se uma grave doença social. Em sua forma contemporânea apresenta-se sob diversas formas: da prostituição infantil ao tráfico de órgãos, do tráfico internacional de mulheres à exploração de imigrantes ilegais e à servidão por dívida. Pecuária e desmatamento respondem por uma grande incidência de trabalho escravo. As legislações modernas proíbem a escravidão, mas isso não tem impedido que indivíduos inescrupulosos se beneficiem do trabalho de cativos. Há projetos de lei para confiscar escravocratas e transferir para a esfera federal os crimes contra os direitos humanos.
Na Constituição Federal Brasileira, promulgada em 1988, está previsto aos índios o direito da posse das terras ocupadas tradicionalmente por eles. Mesmo assim, ainda vemos discussões, lutas e conflitos pela demarcação das terras.

AÇÃO SUPERVISORA PODE SER MUDADA?


Rubem Alves em uma de suas crônicas relata que a curiosidade é a coceira que dá no cérebro, e afirma que todos os homens, enquanto crianças têm, por natureza, desejo de conhecer. Para as crianças o mundo é um vasto parque de diversões. As coisas são fascinantes, cada coisa é um convite.
As crianças têm muitas curiosidades e cabe ao professor levar a sério as perguntas que elas fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. As perguntas que são feitas revelam o que querem aprender. Os alunos revelam uma sede imensa de conhecimento, mas, os professores, estes perderam a curiosidade em buscar, em conhecer, isso devido aos programas que devem seguir.

As instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E se forem mudadas os professores aprenderão o prazer em ter curiosidade e fazer perguntas, alunos e professores precisam ter estímulos para aprender e ensinar, pois toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. Para o cérebro pensar é preciso estímulos.
Os professores estão sempre conversando e discutindo sobre programas e pesquisas, deixando de citar o motivo pelo qual estão trabalhando na escola: os alunos. Esses aprendem o que não gostam por amar, por gostar. Quando se admira um mestre, o coração dá ordens à inteligência para aprender as coisas que o mestre sabe. Saber o que ele sabe passa a ser uma forma de estar com ele. Aprendemos porque amamos, aprendemos porque admiramos. Todo conhecimento científico começa com um desafio. A tarefa do professor é entortar a sua disciplina e transformá-la num brinquedo que desafie a sua inteligência e a do aluno.
Uma supervisão transformadora, criadora, criativa,
dialógica se faz a partir de perguntas cujas respostas serão as ações desafiadoras: conhecer o conhecimento de todos os outros profissionais, reconhecerem que não é o único que detém o conhecimento, ter humildade, não ter receio e ousar, utilizar a tecnologia e não ter medo de aprender com o outro, estar focado no trabalho de equipe, manter boas relações, aprender a desconstruir convivência intra-muro e extra-muro da escola, atuar com fraternidade, solidariedade e caridade.
Mas, para isso, é preciso que o professor saiba brincar e tenha uma cara de criança ao ensinar. As crianças são curiosas naturalmente, têm o desejo de aprender e esse interesse natural desaparece quando, nas escolas, a sua curiosidade é sufocada pelos professores que não sabem buscar água em outras fontes, só conhecem os ribeirões impostos pela burocracia governamental
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EDUCADOR APAIXONADO

O educador sincero e desejoso de cumprir bem sua tarefa tem na obra e na ação pedagógica de Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827),educador suíço, as melhores inspirações .
Sua maior preocupação sempre foi a Educação do homem integral. Em busca do bem da humanidade, como todo ser de espírito elevado,não se prendeu a escrever suas teorias,mostrou-as na prática. Fundou escolas, tornou-se um educador apaixonado pelas crianças pobres, ricas, órfãos e pelos filhos da elite européia. Sua paixão pela educação estendeu-se a outros educadores, filósofos, seus discipulos e homens eminentes , que seguiram seu exemplo e suas doutrinas. Para ele a educação integral deveria ser uma educação ativa, onde a criança aprende observando e fazendo e não apenas escutando, a esse processo ele chamava de "Educação da cabeça,das Mãos e do Coração". Uma educação para autonomia,onde o diálogo e a iniciativa individual exercem papéis fundamentais na construção do Ser. Pestalozzi era, ele próprio, um homem extremamente amoroso, e dedicado ao próximo, preenchido de benevolência e energia. Durante alguns meses, na Aldeia de Stans, ele cuidou sozinho de 80 crianças órfãs, vitimas da guerra e da miséria,muitas delas já delinquentes juvenis,conseguindo recuperá-las moralmente. Pestalozzi provou sua teoria demonstrando que a partir do elo afetivo que se cria entre educador e educando,com base real na dedicação sincera e integral do educador, é que se constrói um processo pedagógico produtivo, eficaz, em que ambos crescem espiritualmente.
Pestalozzi não foi simplesmente um educador de crianças, mas um pedagogo universal. Autor de livros filosóficos, literários, políticos e sociais. Suas lições de Política e Moralidade, de Sociologia aplicada e Ciência pedagógica, para reis e filósofos, artistas e sábios de seu tempo, hoje, em nossos tempos,continuam válidas e interessantes. Após o contato com suas obras, o educador interessado, constatará por si mesmo que o pensamento e a vida de Pestalozzi o ajudará a ter um novo olhar sobre a educação e perceberá que a sua base afetiva terá se edificado e transformado.